Capítulo 11: Aperfeiçoamento e Dificuldades da Teoria Microbiana

CONTÁGIO

HISTÓRIA DA PREVENÇÃO DAS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS

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         Davaine e Raimbert, em 1869, foram talvez os primeiros a investigar mais cuidadosamente a possibilidade de que as moscas pudesse transmitir uma doença (o antraz). Mas os primeiros estudos considerados decisivos sobre o papel dos insetos como vetores só foram realizados vinte anos depois.

         Em 1889, Theobald Smith (1859-1934) iniciou estudos, publicados em 1893, que permitiram identificar os carrapatos como vetores do plasmódio da febre bovina do Texas.

         A "febre do Texas" que dizimava rebanhos de gado nos Estados Unidos, era atribuída pelos criadores aos carrapatos. No entanto, os pesquisadores "científicos" consideravam essa idéia totalmente impossível. Um autor que estudou o assunto em 1868, chamado Gambee, afirmou: "A teoria dos carrapatos adquiriu grande difusão durante o último verão, mas basta pensar um pouco para perceber o absurdo dessa idéia". Outros autores posteriores nem mencionavam tal possível fonte da doença.

         Na década de 1880, foram encontradas algumas bactérias no sangue do gado doente e essas mesmas bactérias foram também encontradas nos carrapatos; por outro lado, elas eram observadas também na água, solo, urina, fezes e outros locais. Não se sabia se essas bactérias tinham alguma relação com a doença, nem se sua presença nos carrapatos era relevante.

         Theobald Smith liderou uma pesquisa realizada em uma estação experimental governamental, perto de Washington. A pesquisa se iniciou em 1889. Primeiramente, foram trazidas 7 vacas da região em que a doença existia de modo permanente. Quatro delas foram colocadas em um campo separado no dia 27 de Junho de 1889. No mesmo campo, foram colocadas, no mesmo dia, 6 cabeças de gado sadias. Todas, exceto uma, morreram da doença no final de Agosto ou início de Setembro. As vacas iniciais não manifestaram, no entanto, sinais da doença, mostrando que animais aparentemente sadios podiam transmitir a doença a outros.

         As quatro vacas iniciais foram retiradas do campo no dia 17 de Agosto. Lá foram colocadas mais oito cabeças de gado, com diversos intervalos. Uma foi colocada no dia 20 de Agosto, outras duas no dia 24, mais duas no dia 6 de Setembro, outra no dia 14, uma no dia 30 e uma última no dia 19 de Outubro. Com excessão de duas, as demais morreram da mesma doença. Por algum motivo, o campo havia se tornado infectado e era capaz de transmitir a febre do Texas, mesmo tendo sido retirados os animais que haviam introduzido a doença no campo. Casos semelhantes já haviam sido descritos no campo, mas sem controle das condições.

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