Capítulo 10: O Desenvolvimento da Teoria Microbiana das Doenças |
HISTÓRIA DA PREVENÇÃO DAS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS |
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Como já vimos, Davaine havia estudado, juntamente com Rayer, o antraz
ou carbúnculo dos carneiros. Eles havia observado a presença
de certos microorganismos no sangue dos animais mortos. No entanto, na
época em que fizeram esses estudos, eles próprios não
deram grande importância à descoberta. Em 1863, Davaine retoma
os estudos sobre o antraz.
Durante o trabalho anterior, havia sido observado que o sangue dos animais que haviam morrido pelo antraz mostrava-se cheio de coágulos e com a presença de certos bastonetes (bactérias). No entanto, esse sangue só era observado quando o animal já tinha morrido. Havia a possibilidade de que fosse apenas um produto da deterioração ou putrefação do sangue. Nos novos estudos, Davaine observou que era capaz de transmitir o antraz a vários animais diferentes, com injeção de uma pequena quantidade do sangue de animais doentes. Inoculou cavalos, bois e coelhos, que morriam depois de três ou quatro dias com os mesmos sintomas dos carneiros e apresentando sempre o sangue cheio de coágulos e com os mesmos bastonetes. No entanto, inicialmente os bastonetes só eram observados quando o animal morria. Davaine fez testes de transmissões sucessivas da doença em coelhos: quando um deles morria, utilizava seu sangue para produzir a doença em um outro, e assim sucessivamente. O resultado era sempre idêntico. Estudando o sangue dos animais inoculados, dia após dia, Davaine observou que havia um período no qual não se observava nenhuma bactéria; no entanto, no terceiro dia, elas começavam a aparecer e seu número aumentava muito, antes que surgisse qualquer sintoma da doença. Logo depois, o animal se mostrava doente e morria em poucas horas. Durante esse período inicial de "incubação" da doença (termo usado por Davaine), o sangue não transmitia a doença. Quando os bacilos se tornavam visíveis, o sangue passava a transmitir a doença. Davaine concluiu que as bactérias eram a causa do antraz, pois surgiam no sangue antes de qualquer outro sinal da doença e porque apenas quando elas estavam presentes era possível transmitir a doença por inoculação do sangue. |
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CRONO LOGIA |