Capítulo 9: O Processo de Transmissão das Doenças

CONTÁGIO

HISTÓRIA DA PREVENÇÃO DAS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS

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         Tomás de Abreu recomendava também "lavar-se sem abusar dos banhos"; mudar a roupa pelo menos duas ou três vezes por semana e sempre que estiver molhada pelo suor ou pela chuva; não trabalhar à chuva e, se tomar chuva, mudar de roupa e tomar um ponche quente, com água fervendo, açúcar, aguardente (uma onça por pessoa), e cascas de limão ou laranja; tomar também a mesma bebida pela manhã, antes de sair para o trabalho (às 5 horas da manhã) e ao deitar-se (entre 8 e 9 da noite).

         Como a doença afeta principalmente o tubo intestinal, o médico recomendava cuidados com alimentos: eles deveriam ser de boa qualidade, de fácil digestão, evitando-se comer demais - especialmente à noite. Recomenda aves e sugere que sejam evitados os peixes, especialmente salgados. Bebidas quentes como chá, mate e café são indicados como saudáveis. São proibidas as frutas, ervas, muita gordura e temperos irritantes. Deve-se evitar o vinho, tomando preferivelmente o do Porto, Madeira, ou Xerês.


Esta gravura mostra um homem usando roupa que, supostamente, o protegia do cólera.

         Se, mesmo com esses cuidados, alguém adoecesse, o médico recomendava vários tratamentos caseiros e o uso dos dois remédios que acompanhavam o livreto.

         É evidente que tais medidas não serviam para evitar o cólera. Quem se guiasse por esse folheto não tomaria nenhum cuidado com a água ou com os dejetos do doente, ficando presa fácil da enfermidade.

         Em 1865, a França é atingida pela quarta epidemia de cólera. Os meios aceitos até então não impediram que a enfermidade se espalhasse.

         Refletindo sobre o cólera, Chevreul assim resume, nesse ano, os conhecimentos existentes: a causa do cólera é desconhecida; seu tratamento é desconhecido.

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