Capítulo 9: O Processo de Transmissão das Doenças |
HISTÓRIA DA PREVENÇÃO DAS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS |
![]() |
Os dados apresentados por Snow foram em geral aceitos como reais, mas interpretados
de outra forma. A contaminação da água potável
com dejetos poderia ter produzido uma diarréia comum, enfraquecendo
as pessoas e preparando seus aparelhos digestivos para receberem a infecção
do cólera. Ou seja: podia-se aceitar que os excrementos na água
fossem uma causa que predispunha ao cólera, sem ser sua causa essencial.
Em meados do século XIX, Sir James R. Martin apontou a existência de seis explicações da difusão do cólera: 1. O cólera é produzido por uma influência atmosférica climática e por uma suscetibilidade dos habitantes, produzida pelo hábito de respirar uma atmosfera impura.A hipótese 3 é a de Snow, que atualmente aceitamos. Na época, no entanto, Sir James Martin aponta que a hipótese 5 (fermentação do ar) é a única que se sustenta com base nos fatos conhecidos. Outras hipóteses diferentes também surgiram nesse momento. O grande higienista alemão Max von Pettenkofer (1818-1901) sugeriu em 1854 que a fonte da enfermidade não estava no ar nem na água, mas na terra. Se o solo for úmido e poroso, ele pode ser penetrado pelos produtos de decomposição dos excrementos de animais e do homem. Esse material sofreria um tipo de fermentação no solo, produzindo o veneno do cólera. Esse veneno seria produzido apenas com a presença de um tipo especial de fermento contido nos dejetos dos doentes de cólera. A partir desse processo, seria produzido um miasma que se espalharia pelo ar. De certa forma, essa hipótese acabava conduzindo a métodos de profilaxia muito adequados: Pettenkofer defendeu cuidados sanitários, destruindo os dejetos dos coléricos ou impedindo que eles se espalhassem. O asseio e a desinfecção foram um bom método preventivo da enfermidade. |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
CRONO LOGIA |