Capítulo 9: O Processo de Transmissão das Doenças

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HISTÓRIA DA PREVENÇÃO DAS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS

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         Essa terceira fase pode durar poucas horas, ou prolongar-se por até dois dias.

         Se o organismo não começar a se recuperar, segue-se o período final. A carne fica mole como massa de pão, nas mãos, pés e sobre o abdômen. A pele se torna violeta. Formam-se equimoses que vão aumentando e se reunindo até formar placas escuras. A respiração é demorada, os batimentos do coração ficam fracos. O sangue é viscoso, negro, coagula-se lentamente, tem a aparência de uma geléia grossa e escura. Quem chega a essa fase não se salva. A morte ocorre em poucas horas.

         Toda essa terrível seqüência pode durar menos de um dia. Uma pessoa pode se sentir bem ao se levantar, e estar morta à noite. Em outros casos, a doença é mais lenta, podendo durar mais de uma semana, mas não é mais suave. A duração média, desde os primeiros sinais, era de dois dias.

         A mortalidade variava entre 1/3 e 2/3 dos doentes. Quando a enfermidade surgiu na Europa, eram utilizados os tratamentos conhecidos para outras doenças: clisteres para "limpar o intestino", sangrias "para retirar o sangue doente". Quando se percebeu que a absorção de líquidos cessava e que isso produzia a maior parte dos sintomas, surgiu a idéia de injetar diretamente água nas veias dos doentes. Posteriormente, o método foi aperfeiçoado e levou ao soro moderno. Atualmente, se o tratamento é iniciado logo no início, quase todos os doentes podem ser salvos.

         Não se conhecia nenhum remédio eficaz para as pessoas que já estivessem doentes; e também não se sabia exatamente como a enfermidade se espalhava, sendo por isso impossível evitá-la.

         Foi durante uma das epidemias, em meados do século XIX, que se começou a compreender o modo de transmissão do cólera. Um dos pesquisadores que contribuiu para essa compreensão foi John Snow, médico inglês, que descreveu suas observações e conclusões em um livro intitulado "Sobre o modo de comunicação do cólera", publicado em 1855.

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