Capítulo 9: O Processo de Transmissão das Doenças

CONTÁGIO

HISTÓRIA DA PREVENÇÃO DAS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS

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         Houve também resistências entre os estudantes e professores à adoção do método de desinfecção. O cloro produzia forte irritação da pele e o cheiro de cloro se espalhava pelo prédio. Em setembro, um estudante ridicularizou o método de Semmelweis e se recusou a tomar as precauções indicadas. Nesse mês, a mortalidade aumentou para 5,2%. Semmelweis descobriu o estudante e o puniu. A mortalidade diminui novamente.
 

Semmelweis conseguiu reduzir as doenças nas maternidades, obrigando os médicos a se lavarem cuidadosamente, antes e deopis das cirurgias.
         No entanto, no mês seguinte, houve novo problema. Embora todos os cuidados estivessem sendo respeitados, doze mulheres que estavam todas na mesma fileira de camas ficaram doentes e onze delas morreram de febre puerperal.

         Semmelweis logo entendeu que ainda não tinha conseguido encontrar a explicação completa nem o método seguro de prevenir a febre puerperal. Analisando esse caso, ele logo se convenceu de que a doença devia ter sido transmitida às mãos dos estudantes e médicos depois que eles haviam entrado na Clínica. Notou então que, na fileira de mulheres que haviam morrido, a primeira paciente já tinha ingressado no hospital com uma doença do útero, da qual saía um líquido com odor fétido. Após examiná-la, Semmelweis e seus estudantes haviam apenas lavado as mãos com sabonete, e passado a examinar as pacientes seguintes, que depois adoeceram com febre puerperal.

         Semmelweis concluiu que o material transmitido da primeira paciente para as outras havia produzido a enfermidade. Embora não se tratasse propriamente de "matéria cadavérica", o líquido que saía da ferida do útero podia ser considerada como um material em decomposição, tendo propriedades semelhantes ao material de um cadáver.

         Note-se que, a rigor, a hipótese inicial de Semmelweis teve que ser rejeitada. A causa da mortalidade não era apenas o transporte de material dos cadáveres para as pacientes. Existe uma semelhança entre os dois casos, mas não uma identidade. Apesar disso, Semmelweis continuou a se referir sempre à "matéria cadavérica", o que produziu muita confusão sobre suas ideías.

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