Capítulo 9: O Processo de Transmissão das Doenças

CONTÁGIO

HISTÓRIA DA PREVENÇÃO DAS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS

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         Semmelweis percebeu que ele próprio era o responsável pela morte de muitas mulheres. Quase todos os dias, pela manhã, antes de atender às mulheres, ele realizava autópsias de cadáveres e, depois, ia examinar as pacientes.
         Se a hipótese está correta, pensa Semmelweis, o modo de evitar a enfermidade é destruir as partículas cadavéricas nas mãos, por meios químicos. Em maio de 1847, ele começou a usar uma solução de cloro, pois já se sabia que o cloro impedia a putrefação e eliminava o mau-cheiro. Depois, começou a usar cloreto de cálcio, que era mais barato. Essa substância, misturada com água, era colocada em bacias no fundo das quais havia areia lavada. A areia era utilizada para esfregar as mãos. Todos os estudantes e professores que entravam na clínica deviam lavar e esfregar suas mãos, antes de poderem atender às pacientes. Após essa desinfecção inicial, considerava-se que bastava lavar as mãos com água e sabão, entre os exames às várias doentes.

         O resultado foi muito bom. Em maio de 1847, a mortalidade por febre puerperal ainda era de 12%. Em junho, caiu a 2,4%, em julho foi de 1,2% e em agosto de 1,9%. A mortalidade tornou-se aproximadamente igual à da Segunda Clínica. Portanto, parecia que Semmelweis havia descoberto a diferença entre as duas divisões.

         Apesar do sucesso prático, o superior de Semmelweis, diretor do Hospital, não aceitou suas idéias e se recusou à proposta de formar uma comissão para estudar o assunto.


Até o século XIX, era comum a dissecação de cadáveres em hospitais, sem que os médicos tomassem quaisquer cuidados higiênicos.
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