Se a hipótese está correta, pensa Semmelweis, o modo de evitar
a enfermidade é destruir as partículas cadavéricas
nas mãos, por meios químicos. Em maio de 1847, ele começou
a usar uma solução de cloro, pois já se sabia que
o cloro impedia a putrefação e eliminava o mau-cheiro. Depois,
começou a usar cloreto de cálcio, que era mais barato. Essa
substância, misturada com água, era colocada em bacias no
fundo das quais havia areia lavada. A areia era utilizada para esfregar
as mãos. Todos os estudantes e professores que entravam na clínica
deviam lavar e esfregar suas mãos, antes de poderem atender às
pacientes. Após essa desinfecção inicial, considerava-se
que bastava lavar as mãos com água e sabão, entre
os exames às várias doentes.
O resultado foi muito bom. Em maio de 1847, a mortalidade por febre puerperal
ainda era de 12%. Em junho, caiu a 2,4%, em julho foi de 1,2% e em agosto
de 1,9%. A mortalidade tornou-se aproximadamente igual à da Segunda
Clínica. Portanto, parecia que Semmelweis havia descoberto a diferença
entre as duas divisões.
Apesar do sucesso prático, o superior de Semmelweis, diretor do
Hospital, não aceitou suas idéias e se recusou à proposta
de formar uma comissão para estudar o assunto. |
Até o século XIX, era comum a dissecação
de cadáveres em hospitais, sem que os médicos tomassem quaisquer
cuidados higiênicos.
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