Capítulo 2: Medicina Mágica e
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HISTÓRIA DA PREVENÇÃO DAS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS |
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O yakshma
parece ser alguma coisa viva, que penetra no corpo e que pode ser tirado
dele, por encantamentos. O uso de magia contra o yakshma não quer
dizer que ele seja algo sobrenatural: também eram feitos encantamentos
para afastar as serpentes ou as formigas indesejáveis de um lugar.
Além disso, o yakshma podia também ser mantido à distância
por meios naturais: por remédios e pela fumaça de plantas
aromáticas.
Aquele que é atingido pelo delicioso aroma do guggulu curador nunca é atingido pela maldição ou pelo yakshma. Os yakshmas fogem dele, como os antílopes fogem de uma fera selvagem. Se tu vens do rio ou do oceano, ó guggulu, eu tomo o nome de ambos, para que este homem fique protegido.A idéia de que a fumaça de substâncias aromáticas (como incenso) pode afastar as causas das doenças aparece também em outros povos antigos. Como vamos ver, é uma concepção que teve longa vida, sendo de enorme importância na medicina européia até o século XVIII. Vê-se,
através desses exemplos, como a concepção da invasão
do corpo por entidades vivas, invisíveis, capazes de produzir doenças,
é antiga. De certa forma, é na medicina religiosa que estão
as raízes da moderna teoria microbiana das doenças.
OS INDIANOS E AS IMPUREZAS Nas civilizações em que a medicina tinha caráter religioso, um conceito extremamente importante era o de "impureza". Aquele que cometia uma falta religiosa se tornava impuro e sujeito a doenças. Essa "impureza" podia estar associada àquilo que podemos considerar como um pecado - uma falta moral, uma ofensa à divindade; mas tinha um significado mais amplo, como vamos ver. Para se livrar da impureza, a pessoa precisava realizar um ritual purificador, que muitas vezes incluia o banho. Dessa forma, o asseio corporal estava fortemente associado à idéia de pureza religiosa. A idéia de purificações rituais pela água aparece muito fortemente na tradição indiana. Os portugueses - e, depois, os ingleses - que invadiram a Índia no fim do século XV, ficavam espantados ao ver que os indianos se lavavam e tomavam banhos inúmeras vezes. Os europeus dessa época, pelo contário, raramente se lavavam e, por isso, o banho lhes parecia algo supersticioso e até demoníaco. |
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CRONO LOGIA |