Capítulo 8: Miasmas ou Microorganismos? |
HISTÓRIA DA PREVENÇÃO DAS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS |
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Na época, o químico alemão Justus von Liebig (1803-1873)
se colocou contra essa hipótese, atacando também os trabalhos
de Cagniard-Latour e Turpin sobre as fermentações. Para Liebig,
a base de todos os processos fisiológicos era puramente química.
O fermento seria um tipo de catalizador, e não um ser vivo. Graças
à influência de Liebig, Henle abandonou suas idéias.
Embora vários observadores começassem a descrever a presença de microorganismos em pessoas ou animais doentes, a atitude geral era cautelosa. Virchow notou que algumas vezes certos microorganismos podem ser encontrados tanto em pessoas doentes quanto em pessoas sadias (por exemplo, na difteria). Assim sendo, o microorganismo não pode ser a causa essencial da doença, senão todas essas pessoas estariam doentes. Desde 1830, a Europa estava sendo invadida por sucessivas epidemias de cólera. Vários autores - como Hahnemann e Bassi - haviam sugerido que essa doença era causada por seres microscópicos vivos. Mas não havia sido ainda observado nenhum microorganismo associado à doença.
Em 1849, o naturalista francês Félix Pouchet (1800-1876) detectou
microorganismos nos dejetos de doentes de cólera. Ao observar no
microscópio os excrementos alvinos de quatro coléricos, notou
uma imensa quantidade de infusórios. O tipo observado era conhecido
como "Vibrio rugula", descrito por Müller e Schrank. Era muito pequeno,
com 7 a 8 Segundo Pouchet, esses vibriões só eram observados nos dejetos recentes, com aparência de água de arroz. Nos vômitos, não eram encontrados. Pouchet indica que o microscopista Leenwenhoek, no século XVII, já havia observado microorganismos semelhantes a esses em suas próprias fezes, durante uma disenteria. Indica, também, que o médico Donné já havia observado infusórios semelhantes nos dejetos de coléricos. |
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CRONO LOGIA |