Capítulo 2: Medicina Mágica e
Religiosa

CONTÁGIO

HISTÓRIA DA PREVENÇÃO DAS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS

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         Como a doença era produzida pelos deuses, o único recurso contra qualquer enfermidade era apaziguá-los. Evidentemente, o médico pertencia à classe dos sacerdotes, pois sem o conhecimento religioso nada era possível. O médico-sacerdote apenas tem poder por causa dos deuses que invoca:
 
"Eu sou o homem de Ea, eu sou o homem de Damkina, eu sou o enviado de Mar-duk; para dar a saúde ao homem doente, o grande senhor Ea me enviou.

Eu sou o sacerdote conjurador de Ea; eu sou o mago de Eridu, sou eu quem recita o encantamento para o doente.

Adiciona tua palavra pura à minha; adiciona tua voz pura à minha; torna eficaz minha pura conjuração. Carrega de poder de curar a palavra de minha boca.

 Ao realizar as curas, o sacerdote associava a doença ao pecado ou à magia:

Que tu possas ser livrado de teu pecado, de teu encantamento, de tua falta, de teu ato errado, da maldição que pesa sobre ti, de tua doença, de teu sortilégio, de teu encantamento, de teu malefício, das maquinações malignas dos homens."


         Para poder se curar, o doente deveria primeiramente tentar descobrir qual o pecado que ocasionou a doença, pois só então poderia saber a qual deus dirigir suas preces e oferendas. Às vezes, a própria pessoa sabia qual foi sua falha; outras vezes, não: "O pecado que cometi, eu não o conheço; a falta que cometi, eu não a conheço."

         Pelo estudo dos sintomas da doença, era possível, muitas vezes, descobrir qual o deus que a havia produzido:
 

Quando um homem é atingido no pescoço, é a mão de Adad; quando é atingido no pescoço e seu peito está dolorido, é a mão de Ishtar, a dos colares. Quando um homem sofre das têmporas e os músculos do pescoço estão doloridos, é a mão de um demônio.
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