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Capa de edição recente e traduzida para o inglês
do Código de Manu.
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Este mundo era trevas,
imperceptível, sem distinções, impossível de
descobrir, incognoscível, como se estivesse totalmente mergulhado
no sono.
Então este grande senhor
auto-existente indiscernível, manifestou-se, removendo a obscuridade;
indiviso, ele tornou discernível este mundo com as cinco grandes
substâncias e outros elementos.
Ele, que só pode ser
apreendido pelo órgão supra-sensível, sutil, indiviso,
eterno, que é a essência de tudo, o incompreensível,
ele brilhou por si próprio.
Aqui, no início da descrição do Código de Manu,
vemos que desde o início existe um deus supremo e abstrato, e algo
que é denominado de “trevas”. Esse deus, usualmente denominado Brahman
(uma palavra neutra, isto é, nem masculina nem feminina) está
além dos sentidos e do próprio pensamento. Inicialmente,
ele é uma unidade, mas vai se dividir e fragmentar, como os primeiros
deuses gregos: |
Desejando produzir diferentes
criaturas de seu próprio corpo, por sua vontade criou inicialmente
as águas e nelas depositou sua semente.
Esta tornou-se um ovo dourado,
brilhante como o astro de mil raios, no qual ele próprio nasceu
como Brahmà, antecessor dos mundos.
...
Esse senhor, tendo habitado
esse ovo por um ano, dividiu-o em duas partes pelo seu mero conhecimento.
Com essas duas conchas ele formou
o céu e a terra, e no meio o firmamento, as oito regiões,
e a eterna morada das águas. |
Brahmà, a forma ativa e masculina de Brahman.
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Brahmà, o deus criador, é
uma forma ativa e masculina de Brahman, o deus supremo. |
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