Capítulo 2: O Mito Filosófico na Grécia e na Índia

O  UNIVERSO

TEORIAS SOBRE SUA ORIGEM E EVOLUÇÃO

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        Depois que cresce, Zeus decide se vingar de Cronos. Através de um artifício, faz com que Krónos vomite todos os filhos que havia devorado. Com a ajuda de seus irmãos e de outros deuses, Zeus luta contra Krónos, que tem a ajuda dos seus irmãos, os Titãs. Depois de vencê-los, Zeus os prende abaixo da Terra, no Tártaro. A partir de então, Zeus passa a ser o soberano dos deuses gregos. Zeus é considerado, na mitologia, como aquele que ordena o universo e que estabelece as suas leis gerais.

        Apesar de ter sido destronado, Krónos não foi esquecido. Durante seu reinado, segundo o mito, ele teria criado os primeiros homens. Essa primeira fase da humanidade teria sido a “idade do ouro”, na qual teria existido paz, igualdade, fartura, liberdade.

        Em homenagem a Krónos-Saturno, realizavam-se em Roma, no final de dezembro (época do solstício de inverno), as “Saturnais”. Essas festas, que duravam de um até cinco dias, eram uma volta simbólica à idade do ouro. Durante todo o ano, o pedestal da estátua de Saturno ficava recoberto com uma faixa de lã. No dia do início da festa, essa faixa era retirada. Todo trabalho era interrompido, e se fazia um grande banquete. A partir de então, durante os dias da festa, todas as regras e leis eram abolidas. Elegia-se um “rei” das saturnais, os escravos eram temporariamente libertados, e reinava um clima de alegria, liberdade e orgia. Os escravos eram servidos pelos seus senhores e podiam insultá-los impunemente. Ao final da festa, o rei das saturnais era morto em homenagem a Saturno, e a sociedade voltava à normalidade.

        O Carnaval – com seu Rei Momo – surgiu de modo análogo.
 

    2.4 AS QUATRO ERAS DE HUMANIDADE

        A idéia de uma “idade de ouro” e de uma decadência da humanidade está presente em muitas culturas. Ela é uma das formas da idéia básica de que o início do universo é o tempo mais perfeito e, quanto mais nos afastamos dele, mais imperfeito fica o mundo. Daí a necessidade constante de voltar ao princípio de tudo, pelos rituais.

        Na mitologia grega existe a tradição de quatro “idades” ou eras da humanidade: a idade do ouro – a primeira e mais perfeita de todas – seguida pela da prata, do bronze e, por fim, do ferro (que seria a atual, a pior de todas). Às vezes se inseria entre a idade do bronze e a do ferro uma “idade dos heróis”.

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