Capítulo 10: A Teoria da Relatividade e a Cosmologia Moderna

O  UNIVERSO

TEORIAS SOBRE SUA ORIGEM E EVOLUÇÃO

.
        No entanto, houve uma interessante coincidência entre a pesquisa teórica e o estudo experimental do universo, nessa época. Ao mesmo tempo em que estavam sendo criados os modelos cosmológicos relativísticos, os astrônomos descobriram que o universo era muito maior do que se pensava; e começaram a perceber que o universo, em grande escala, não estava parado. Ele parecia estar crescendo, ou seja, expandindo-se. 

    10.6 O MOVIMENTO DAS GALÁXIAS

        Como já vimos, Kant havia proposto, na metade do século XVIII, que o universo seria constituído por um grande número de galáxias, cada uma delas sendo um imenso conjunto de estrelas, como nossa Via Láctea. No entanto, no início do século XIX, as observações de Herschel levaram a acreditar que as nebulosas em espiral e elípticas eram apenas nuvens de gases relativamente “pequenas”, que estavam se condensando para formar uma estrela.

        Mas Herschel estava enganado. No início do século XX, quando foram construídos os primeiros grandes telescópios modernos, nos Estados Unidos, foi possível observar essas nebulosas com uma ampliação muito maior, e perceber que elas eram conjuntos de estrelas, e não nuvens de gás. Logo depois, graças principalmente ao trabalho do astrônomo Edwin Hubble, foi possível medir as distâncias de algumas galáxias e perceber que elas estão muito mais distantes do que as estrelas da Via Láctea, sendo, portanto, “outros universos”, por assim dizer.

        Não é possível medir-se diretamente a distância ou a velocidade das estrelas e das galáxias. Os astrônomos avaliam essas distâncias e velocidades indiretamente. Para as estrelas mais próximas da Terra, mede-se a distância por “paralaxe”, isto é, observando-se as mudanças aparentes de posição das estrelas à medida que a Terra vai e volta em sua órbita. Uma vez que se mediu a paralaxe de algumas estrelas e elas foram bem estudadas, foi possível determinar a distância de outras estrelas semelhantes a essas comparando suas grandezas aparentes, ou seja, a intensidade da luz que recebemos dessas estrelas: o brilho aparente da estrela é inversamente proporcional ao quadrado da sua distância até nós. Suponhamos que duas estrelas são do mesmo tipo, mas que uma delas parece ser cem vezes menos brilhante do que a outra. Ela deve estar a uma distância dez vezes maior do que a outra. Se soubermos a distância da primeira, determinaremos a distância da outra.

.
Página anterior
143
Próxima página

INTRO DUÇÃO
CAP. 01
CAP. 02
CAP. 03
CAP. 04
CAP. 05
CAP. 06
CAP. 07
CAP. 08
CAP. 09
CAP. 10
CAP. 11
CAP. 12
CRONO LOGIA