Capítulo 12: O Século XX: Sucessos e Dificuldades

CONTÁGIO

HISTÓRIA DA PREVENÇÃO DAS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS

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         Seria possível controlar a aids e impedir o aumento que observamos? Provavelmente sim. Mas isso talvez exigisse medidas antipáticas e uma conscientização popular de um tipo que se tem evitado. Como no caso do cólera, as campanhas de prevenção da aids são "suaves", nunca mostram os estragos horríveis que essa enfermidade causa nem divulgam as assustadoras estatísticas dessa doença no Brasil. Apenas aqueles que conviveram com doentes em estágio avançado sabem de fato o que a aids provoca. Para os outros, continua a ser um risco obscuro de algo que talvez possa matar, mas que não amedronta, pois a população é "protegida" contra as informações sobre os sintomas e desenvolvimento da doença.

         Existe uma distância entre o conhecimento e a aplicação desse conhecimento. Entre esses dois elos da Medicina preventiva, existem decisões e ações de âmbito político e governamental, que exigem recursos e interesse. Mesmo quando há o conhecimento e existem verbas, a incompetência ou falta de interesse político pode ocasionar a morte de milhares de pessoas.

         Não podemos ser excessivamente otimistas nem pessimistas. Por um lado, a situação atual do Brasil, sob o ponto de vista médico, é certamente melhor do que o dos países europeus no século XIX. Houve um avanço. Por outro lado, não atingimos o nível atual dos países mais avançados. A falta de condições higiênicas, de alimentação adequada e mesmo de instrução da maior parte da população brasileira impede uma adequada prevenção de doenças transmissíveis.

         Considerando-se o mundo, como um todo, também não se deve ser excessivamente otimista nem pessimista. Constatamos que houve avanços incríveis, quando comparamos a situação atual com a de um século atrás. Mas o próprio surgimento e disseminação da aids mostra que sempre existirão novos problemas contra os quais será preciso lutar.
 

Albert Sabin, o criador da vacina Sabin, inspecionando tubo com cultura de vírus.

Jonas E. Salk examinando tubos com cultura de vírus.

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