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Apesar de não se chegar ao agente causal da doença, a descoberta
do processo de transmissão foi suficiente para o controle da febre
amarela: desde que não houvesse mosquitos, a doença não
se espalharia. A destruição dos mosquitos foi feita através
de drenagem de águas estagnadas e por substâncias que destruíam
as larvas dos insetos (como petróleo). Com o combate ao mosquito,
a partir de 1901, a febre amarela desapareceu de Cuba e do Panamá.
É interessante lembrar os processos antigos de prevenção
da febre amarela. Como vimos, a grande epidemia do Recife, no final do
século XVII, foi combatida com medidas de limpeza, desinfecção
de casas, roupas e objetos de doentes, fogueiras, tiros de canhão,
controle da moralidade, ervas aromáticas, enterros especiais de
cadáveres, etc. Ninguém se preocupou com mosquitos nem com
a existência de pântanos perto da cidade. Quais dessas medidas
podem ter sido úteis, no caso? Talvez as fogueiras, as ervas aromáticas
e os tiros de canhão tenham ajudado a espantar os mosquitos. As
outras medidas, por mais justificadas que fossem para os conhecimentos
da época, foram inúteis.
No Estado de São Paulo, a febre amarela produzia muitas mortes no
início do século. Em Sorocaba, houve 2.300 casos. Diante
da situação, conhecendo o trabalho de Finlay, Emílio
Ribas iniciou em 1901 o combate ao mosquito, conseguindo controlar a doença.
Oswaldo Cruz, nomeado Diretor Geral da Saúde Pública
em 1903.
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No Rio de Janeiro, sucessivas epidemias de febre amarela produziam muitas
mortes. De um modo geral, a doença chegava pelos navios. Em 1896,
chegou à cidade o navio "Lombardia", com 340 pessoas. Dessas, apenas
7 não ficaram doentes. Morreram 234.
Em 1903, Oswaldo Cruz foi nomeado Diretor Geral da Saúde Pública,
pelo presidente Rodrigues Alves e iniciou o combate à febre amarela.
Nesse ano, houve 584 mortes por essa doença, no Rio de Janeiro.
No ano seguinte, o número baixou para 48, mas em 1905 subiu novamente
para 289. Nos anos seguintes, o número de vítimas foi caindo
para 42, 39, 4 e, finalmente, em 1909, não houve nenhuma morte por
febre amarela. Logo depois, a vigilância diminuiu, e em 1928 ocorreu
um forte surto epidêmico. De 1928 a 1929, morreram 478 vítimas
da febre amarela, no Rio de Janeiro. |
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