Capítulo 11: Aperfeiçoamento e Dificuldades da Teoria Microbiana |
HISTÓRIA DA PREVENÇÃO DAS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS |
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Em um tratado sobre o escorbuto escrito em 1593, Albertus recomendava o
suco de laranja e plantas ácidas. Ele recomendava que esse suco
fosse colocado em sopas, e que a carne, quando estivesse ao fogo, fosse
borrifada com ele. No mesmo ano, as virtudes do suco de limão na
cura do escorbuto foram descritas por Sir Richard Hawkins, cuja tripulação,
nos trópicos, foi afetada por essa enfermidade com grande gravidade.
Hawkins descreveu que passou a utilizar com grande sucesso o suco de laranjas
e limões ácidos e um certo remédio chamado "água
do Dr. Stevens".
No século XVII, o uso de limões foi amplamente empregado pelos holandeses durante o estabelecimento da Companhia das Índias, sempre de um modo empírico e às vezes sem apoio dos médicos. Diversas vezes, a eficácia dos limões e das laranjas foi redescoberta. Em 1726, a frota inglesa no Báltico foi atacada pelo escorbuto. O almirante Wager tinha a bordo, por acaso, grande quantidade de limões e laranjas. Como ele ouvira falar da eficácia dessas frutas contra o escorbuto, distribuiu grande quantidade entre os marinheiros, que comiam e misturavam o suco à cerveja. Todos se curaram. Verificou-se que a utilização de vegetais frescos, em geral, também ajudava a curar o escorbuto. Imaginou-se que talvez a alimentação que era utilizada nos navios - carne seca, biscoitos e outros alimentos que podiam durar durante meses - fosse a causa da doença. No entanto, mesmo transportando-se a bordo animais vivos (como ovelhas) e alimentando os marinheiros com carne fresca, surgia o escorbuto. Em 1753, essas observações dispersas foram analisadas e reunidas em um livro pelo médico James Lind (1716-1794). Ele recomendou a adoção de limões na marinha inglesa. Para a preservação do suco durante longas viagens, ele recomendava que o suco fosse evaporado em fogo brando, até formar um xarope grosso . Mas a medida não foi aceita. O escorbuto continuou a matar os marinheiros. Houve graves problemas nos anos de 1780 a 1782. Em 1780, houve 1.457 casos de escorbuto atendidos no hospital de Haslar. Ao mesmo tempo, acumulavam-se mais evidências da importância dessas frutas. Em 1794, o navio Suffolk partiu da Inglaterra para a Índia, fazendo a viagem sem manter qualquer contato com a terra. A viagem durou 23 semanas e um dia. Durante todo o tempo, os marinheiros receberam suco de limão misturado à bebida diária. Apenas alguns marinheiros mostraram sinais de escorbuto e esses sinais desapareceram com doses adicionais de suco de limão. O navio chegou à Índia sem a perda de um único tripulante. Após esse teste, em 1795, sob a recomendação dos médicos D. Blair e G. Blane, a marinha inglesa passou a adotar o suco de limão. Para a preservação do suco, ele passou a ser misturado com certa quantidade de bebida alcoólica. |
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CRONO LOGIA |