Capítulo 10: O Desenvolvimento da Teoria Microbiana das Doenças |
HISTÓRIA DA PREVENÇÃO DAS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS |
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Nessa fase, os microorganismos não eram isolados, cultivados, nem
se testava se eles realmente transmitiam a doença. Poucos foram
os casos em que houve sequer uma identificação cuidadosa
desses microorganismos. As descrições de diferentes observadores
eram em geral contraditórias.
O botânico Hallier, de Jena, utilizava um método simples de estudo. Examinava-se ao microscópio as secreções dos doentes, depois elas eram semeadas em qualquer meio de cultura e o mofo que surgia era declarado causa da doença. Alegou descobrir a causa do cólera, da febre tifóide, do tifo exantemático, da varíola, etc. Seus trabalhos foram atacados por De Bary, especialista em plantas inferiores, que mostrou que os mesmos mofos surgiam também espontaneamente pelo meio de cultura em contato com o ar, e que não se repetiam sempre os mesmos efeitos quando o teste de Hallier era repetido. Trabalhos como o de Hallier trouxeram descrédito desse tipo de explicação. Havia boas excessões. O estudo de afecções externas produzidas por fungos - como as micoses - conseguiu se desenvolver de modo bastante satisfatório. Em 1867, Robert Wreden estudou doenças do ouvido humano, encontrando em alguns casos os fungos Aspergillus flavescens e Aspergillus nigricans. Coletou esses fungos e observou que conseguia cultivá-los em uma laranja. Testou sobre os fungos cultivados a ação de várias substâncias, para verificar de que modo era possível destruí-los. Verificou que o hipoclorito de cálcio diluído e o arsenito de potássio tinham grande poder contra esses fungos, enquanto que outras substâncias recomendadas na época, como o álcool, não destruiam os fungos. Wreden estudou também como esses fungos se espalhavam pelo ar. Em um hospício, observou a ocorrência desses fungos em pessoas que ocupavam uma sala que tinha uma parede mofada. Apenas quando a parede foi lavada com solução de hipoclorito de cálcio, destruindo o mofo, foi possível curar de modo definitivo as pessoas. |
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CRONO LOGIA |