Capítulo 10: O Desenvolvimento da Teoria Microbiana das Doenças |
HISTÓRIA DA PREVENÇÃO DAS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS |
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Além disso, Béchamp observou que os corpúsculos tinham
certo movimento (eram chamados às vezes de "corpúsculos vibrantes",
por causa disso). Quando eram deixados muito tempo na potassa, o movimento
desaparecia. A única interpretação razoável
do fenômeno era a de que eles eram vivos e que a potassa os havia
matado.
Após a publicação dos trabalhos de Balbiani e Béchamp, Pasteur se retrai. Ele não discute os pontos mais importantes desses trabalhos, mas comenta aspectos secundários. Critica Béchamp novamente por sua idéia de que os corpúsculos vem de fora dos ovos e não comenta nenhum outro ponto de seu trabalho. Quanto ao trabalho de Balbiani, Pasteur se mostra mais cordial e não o critica. Ele afirma que sua própria opinião é diferente, mas que irá examinar com cuidado as idéias de Balbiani, "pois elas partem de um observador hábil e porque sobre esse assunto tenho apenas visões preconcebidas", que ele não podia fundamentar pela observação . No entanto, Pasteur afirma que se as idéias de Balbiani não invalidam e sim reforçam o método prático que ele próprio havia desenvolvido para o cuidado dos bichos-da-seda. Por fim, Pasteur diz que "enquanto não se demonstrar o modo de geração desses corpúsculos, a idéia de que são parasitas ficará sem base". No entanto, Béchamp já havia mostrado claramente que eles se reproduziam fora do corpo dos bichos-da-seda. Outro naturalista, N. Joly, defende Pasteur e se volta contra Béchamp, afirmando que os corpúsculos são uma produção do organismo e que a causa da doença é constitucional. Joly indica que Béchamp precisaria apresentar uma prova diferente de que os corpúsculos são a causa e não efeito da enfermidade: precisaria produzir a doença em animais sadios, pelos corpúsculos. Para admitir aqui a teoria do parasitismo, seriam necessárias, em minha opinião, provas mais conclusivas do que as que são dadas pelo senhor Béchamp. Eu gostaria, por exemplo, que ele inoculasse o corpúsculo vibrante em uma lagarta reconhecidamente sadia e que ele produzisse, de modo indubitável, a pebrina, assim como se faz nascer a muscardina inoculando a Botrytis bassiana. |
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CRONO LOGIA |