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Em todos
esses casos, após decorrido o tempo de impureza, era necessário
fazer um ritual especial: mergulhar em um rio, pronunciar o hino sagrado
de Aghamarshana três vezes e, depois de sair da água, repetir
a oração Gayatri mil e oito vezes.
Carregar
o corpo de um defunto, para a cremação, era especialmente
perigoso e exigia muitos rituais adicionais. Mas a impureza de um cadáver
era considerada tão grande que podia contagiar mesmo as pessoas
próximas. Por isso, a pessoa se tornava impura se seguia um funeral,
ou se ficava ao alcance da fumaça da pira crematória. Devia,
nesses casos, lavar suas roupas e tomar o banho ritual, para se tornar
novamente pura.
A impureza
era considerada como algo contagioso: tocar uma pessoa que tocou um cadáver
ou tocar uma mulher menstruada acarretava impureza. A pessoa também
adquiria impureza se aceitasse alimentos de alguém impuro, ficando
impuro durante tanto tempo quando este.
Se um
animal morresse em um poço, ou se este se tornasse impuro em alto
grau, recomendava-se tirar toda a água, secar com um pano e acender
fogo dentro. Por fim, quando começasse a surgir água no poço
novamente, devia-se atirar alimento sagrado (pancagavya) nele. Considerava-se
que grandes reservatórios de água (rios, açudes) não
se tornam impuros.
Havia
outras regras que podemos interpretar como cuidados com a saúde.
Uma pessoa era considerada impura se vomitasse ou cuspisse sangue.
Durante
o período de impureza, a pessoa não devia cozinhar - era
preciso comer alimentos comprados ou oferecidos gratuitamente; devia dormir
no chão; não comer carne; e dormir sozinho. Após o
período de impureza, era necessário realizar sempre um ritual
purificador, pois a impureza não desaparecia por si mesma.
A duração
do período de impureza era variável. Uma mulher menstruada
só ficava pura depois de quatro dias. Em outros casos, como espirrar,
cuspir, dormir, urinar ou falar com um estrangeiro, bastava uma rápida
purificação. |
Ainda hoje, é tradição se livrar
das "impurezas" nos rios indianos
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