|
Ao por-do-sol e ao amanhecer, os canhões deveriam disparar tiros,
para espalhar os vapores malignos. As casas e as ruas deviam ser limpas.
A residência em que alguém tivesse morrido da doença
deveria ser caiada e depois deviam ser queimados defumadores, para purificar
o ar. Os colchões dos doentes deviam ser queimados ou expostos ao
ar durante 30 a 40 dias, para livrar-se dos vapores doentios. As roupas
dos doentes também deviam ser queimadas ou lavadas duas ou três
vezes, sendo expostas ao ar durante um mês. Os doentes deviam ser
isolados em um hospital, para não transmitir a doença pelo
contágio.
É claro que a causa principal da doença era um castigo divino.
Por precaução, as meretrizes foram deslocadas para um local
a dez léguas de distância da cidade, sendo ordenada a expulsão
das que "ofendessem a Deus" depois da publicação das ordens
do governador. Ordenou-se também que as escravas e também
as mulatas e negras livres fossem recolhidas à noite:
E para que de todo ou
em grande parte se evitem as ocasiões de ofender a Deus, pelas quais
justamente se deve julgar é este povo castigado com a doença
de tantos anos por causa dos Senhores e Senhoras não refrearem e
recolherem suas escravas: Mando que daqui em diante nenhuma escrava de
qualquer pessoa que seja nem crioula ou mulata forra possa andar pelas
ruas destas duas povoações desde as Ave Marias em diante
(...) e qualquer das sobreditas que for achada sendo cativa pagará
seu senhor ou senhora pela primeira vez dez tostões e pela segunda
dobrado, e a dita escrava será levada a prisão das mulheres
onde lhe darão cinqüenta açoites observando-se a modéstia
e diferença do sexo e depois será solta.
Também as outras mulheres só deviam andar pelas ruas após
as Ave Marias (depois do por-do-Sol) se fossem acompanhadas; e mesmo isso
devia ser evitado. Ordenou-se também a todos os militares que se
desfizessem de suas amantes: |
|