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A PUBLICAÇÃO DE OPTICKS
No início
de 1696, sua antiga amizade com Charles Montague, ou Lord Halifax, revelou-se
bastante útil. Halifax era agora encarregado pelas finanças
do reino e nomeou-o como superintendente da Casa da Moeda, em março
de 1696. Diziam as más línguas que Halifax estava de olho
em Catherine, a linda sobrinha de Newton, que vivia com ele em Londres.
Porém, não podemos subestimar a capacidade de Newton. Sua
mente aguçada, a obstinação pelo trabalho e as antigas
experiências alquímicas com o refino de ouro e prata foram
úteis nesse período em que ocorria a cunhagem das moedas.
A instituição estava enfrentando vários problemas,
entre eles a existência de muitos falsários. Sua astúcia
foi importante nesse período. Quase quatro anos depois, em 25 de
dezembro de 1699, Newton é nomeado diretor da Casa da Moeda e renuncia
à cátedra lucasiana e ao cargo de professor do Trinity College.
Com a morte
de Robert Hooke, em março de 1703, Newton começa a articular
sua eleição para a presidência da Royal Society e,
nas eleições que ocorreram em 30 de novembro, conseguiu seu
intento. Ele acumulava a função de diretor da casa da moeda
e presidente da Royal Society, quando, em 16 de abril de 1705, foi sagrado
cavaleiro pela rainha Ana. Sir Isaac Newton mostrou, na presidência
da Royal Society, a mesma liderança forte e competência administrativa
com que conduzia a Casa da Moeda. Embora não possamos afirmar que
sua conduta tenha sido das mais justas. Parece que em algumas ocasiões
ele teria se valido de sua posição para defender interesses
próprios, mesmo que isso prejudicasse outras pessoas. Ele era um
homem poderoso agora, e seu comportamento não era diferente daquele
da maioria dos mortais que se tornam poderosos.
Parece que a morte
de Hooke não apenas abriu caminho para a presidência da Royal
Society, como também para que Newton publicasse Opticks,
em 1704. A controvérsia com Hooke, na época em que apresentou
sua teoria das cores, fez Newton manter seus experimentos e descobertas
ópticas escondidos por quase 30 anos. Esse texto teve um grande
impacto na época, pois estava escrito em uma linguagem mais acessível
que os Principia, alcançando um público ainda maior.
Além disso, trazia a descrição minuciosa de experimentos
acompanhados por cálculos matemáticos. Tal metodologia tornar-se-ia
modelo de como fazer ciência, algo que todos procurariam imitar. |
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Na mesma obra,
Newton publica dois trabalhos matemáticos. Um deles era seu método
das fluxões de 30 anos atrás, o que fatalmente provocaria
a disputa pública com Liebniz. Nos bastidores, tal disputa vinha
ocorrendo há 20 anos. Tudo começou em 1684, quando Liebniz
publicou seu cálculo e não mencionou os trabalhos de Newton.
Embora o método de ambos tivesse notações diferentes,
eles resolviam os mesmos problemas. Para Newton, Liebiniz tinha conhecimento
de seu método, e deveria tê-lo citado em seu trabalho. Na
primavera de 1711, Liebniz envia uma carta a Royal Society reivindicando
a prioridade na invenção do cálculo. Havia alguns
matemáticos que acreditavam que Liebniz tinha inventado o cálculo,
e outros que achavam o contrário: Liebniz teria sabido do método
de Newton ainda na década de 1670, quando conversaram ou quando
Collins mostrou o manuscrito de Newton a alguns matemáticos. Além
disso, havia cartas trocadas com várias pessoas durante aquela década,
nas quais Newton falava do seu método das fluxões. |
Atualmente,
através da análise de documentos que ambos deixaram, considera-se
que Newton inventou o método das fluxões em 1665 e 1666.
Liebniz desenvolveu independentemente o cálculo diferencial e integral
cerca de 10 anos depois, porém antes de saber do método das
fluxões. No entanto, a disputa pública requeria um parecer
da Royal Society e é difícil não admitir que ele tenha
se valido da condição de presidente para obter a prioridade
para si. |
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