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Os versos dessa obra dão variados conselhos para a conservação
da saúde. Uma parte dos conselhos se refere à alimentação:
não beber muito vinho, não comer muito à noite, etc.
A obra contém recomendações detalhadas, como a de
levantar cedo pela manhã, lavar as mãos e olhos com água
fria, espreguiçar-se de modo suave, pentear os cabelos, esfregar
os dentes, caminhar, etc.
Quanto à alimentação, o "Regimen" apresenta uma série
de restrições: só comer quando o estômago estiver
vazio da refeição anterior; evitar peras, maçãs,
pêssegos, leite, queijo, carnes salgadas, carne de cervo, de égua,
de vaca e de bode, especialmente quando estiver doente.
Uma importante preocupação do "Regimen" de Salerno é
com alimentos capazes de preservar de enfermidades:
Seis coisas que aqui
serão descritas
Possuem um poder secreto contra
todos os venenos:
Pera, alho, raizes de rabanete,
nozes, nabo e ruta,
Principalmente alho; pois aquele
que o comer,
Pode beber, e não se
preocupar com quem fez sua bebida;
Pode caminhar todas as horas
por ares infectados.
Como o alho possui portanto
poderes de salvar da morte,
Suporte-os, embora produzam
um hálito desagradável:
E não zombe do alho,
como alguns que pensam
Que ele apenas faz os homens
piscarem, beberem e federem.
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Página do livro "Regimen sanitatis Salernitanum".
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O que são os "ares infectados" de que o "Regimen" fala? O próprio
livro explica que são ares impregnados por maus odores, capazes
de produzir doenças: "É certo que a infecção
vem principalmente pelo cheiro". No entanto, ao contrário de Avicena,
o "Regimen" não acredita que o uso de perfumes possa superar a infecção
do ar. Ele recomenda simplesmente viver longe de qualquer lugar de onde
possa provir o ar infectado: |
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