Capítulo 3: Medicina Grega |
HISTÓRIA DA PREVENÇÃO DAS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS |
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As técnicas terapêuticas descritas nos textos hipocráticos
se baseiam nesse tipo geral de concepção. Em certos estágios
da doença, deve-se ajudar o organismo através de laxativos,
vomitórios, expectorantes, diuréticos, regime, sangrias.
Em outras fases, deve-se deixar que o organismo atue sozinho.
A teoria hipocrática de doença e cura não utiliza nenhuma suposição semelhante à de contágio. A causa da doença é sempre algo associado à alimentação, ao clima, às características da região, ao modo de vida, à idade e sexo da pessoa. A hepatite, por exemplo, é causada pela bílis negra e ocorre no outono. O tifo ocorre no verão, quando a bílis é colocada em movimento. Com relação às estações, se o inverno for seco e soprar vento do norte, e a primavera for úmida e soprar vento do sul, haverá necessariamente no verão febres agudas, doenças dos olhos e disenteria, especialmente entre as mulheres e nos que tenham constituição úmida.Os escritos hipocráticos nunca supõem que alguma coisa capaz de produzir doenças penetra dentro do doente, ou que a doença possa passar de uma pessoa para outra. Quanto muitas pessoas adquirem a mesma doença, a causa é alguma mudança do ambiente, que afetou a todos do mesmo modo. Nota-se especialmente esse tipo de concepção em uma obra hipocrática denominada "Sobre as epidemias". Nessa obra, o autor se dá ao trabalho de descrever cuidadosamente o clima, os sintomas da doença e a sua evolução, mas em nenhum instante fala sobre contágio. Cada epidemia descrita nesta obra tem uma "constituição" particular, associada às condições ambientais que a produziram. |
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CRONO LOGIA |