Capítulo 12: O Século XX: Sucessos e Dificuldades

CONTÁGIO

HISTÓRIA DA PREVENÇÃO DAS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS

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         É preciso sempre lembrar que nosso conhecimento avançou, mas não é perfeito nem completo. Nem todas as doenças são causadas por microorganismos: elas podem ter, como vimos, uma origem em carências alimentares - e, no Brasil, certamente esse é um ponto de extrema importância. Há doenças causadas pelas bebidas alcoólicas; há doenças produzidas por problemas hereditários; e vários outros tipos que nada têm a ver com as doenças transmissíveis, que estudamos aqui. As doenças cardíacas, que são atualmente uma das mais importantes causas de mortalidade entre adultos, não são causadas por microorganismos. A teoria microbiana da doenças foi um importante passo no desenvolvimento da Medicina, mas não foi o último passo. É preciso manter o espírito aberto à descoberta de tipos completamente novos de processos patológicos, para que o conhecimento adquirido não seja uma barreira aos avanços futuros.

         Sob o ponto de vista de avanço do conhecimento, há, por um lado, a constante busca de novos microorganismos e dos modos de combatê-los; e, por outro lado, a procura de uma compreensão mais profunda do modo pelo qual eles atuam no organismo e da reação do corpo humano contra eles. O primeiro desses caminhos já nos proporcionou muitos resultados valiosos; o segundo, talvez revolucione a Medicina preventiva no século XXI.
 

    DIFUSÃO DOS CONHECIMENTOS

         Paralelamente ao avanço do conhecimento, há outros pontos que devem ser considerados: até que ponto esses novos conhecimentos foram aceitos e assimilados pelos médicos e pela população em geral? até que ponto esses conhecimentos são utilizados de forma adequada para a prevenção das doenças transmissíveis?

         No decorrer do estudo de cada doença em particular, houve sempre uma saudável discussão e crítica das evidências apresentadas na identificação dos agentes causadores, do seu modo de transmissão, dos vetores. Para o bem da ciência, isso deve sempre acontecer. A aceitação de novos resultados sem crítica nenhuma é pelo menos tão perigosa quanto a negação sistemática de qualquer novidade.

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