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Grupo de História, Teoria e Ensino de Ciências
O rinoceronte de Dürer
- continuação
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O desenho do rinoceronte de Dürer que utilizamos
é uma gravura, feita pelo próprio Dürer. A gravura se
baseou em um desenho a nanquim, feito pelo próprio Dürer, no
mesmo ano, representado abaixo. Como era comum, a gravura tem uma posição
invertida em relação ao desenho (a cabeça aponta para
o outro lado). As anotações manuscritas de Dürer, sob
o desenho, indicam a história que já contamos sobre o animal
trazido pelo rei D. Manuel I. O detalhe mostra a cabeça do animal,
que é ainda mais realista no desenho do que na gravura. O olho do
rinoceronte parece claramente o de um animal vivo.
Para comparação com o rinoceronte de
Dürer, apresentamos outras representações desse animal.
Uma delas (abaixo, à esquerda) foi feita por um artista indiano,
no século XVI. A outra (abaixo, à direita) é uma obra
do final do século XVIII, de artista europeu. Desenhadas a partir
da observação direta do animal vivo, elas não possuem
alguns dos erros de Dürer (não apresentam o chifre adicional
nas costas, nem escamas nas patas, nem a couraça recobrindo o corpo).
Mostram o corpo recoberto por uma pele formando dobras, o que havia dado
origem à imagem de placas duras utilizada por Dürer, a partir
do desenho original português. Embora mais corretas sob esses aspectos,
os desenhos são muito menos "vivos" do que o de Dürer. O desenho
indiano até parece um boneco de pano...
Abaixo, apresentamos detalhes de outras duas
obras de Dürer, baseados na observação direta de animais,
que mostram a impressionante técnica do artista: uma asa de uma
ave, e a cabeça de um coelho.
Grupo de História, Teoria e Ensino de Ciências
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em 12/mar./1998