Artigo publicado em: Cadernos de História e Filosofia da Ciência [série 2] 1 (2): 151-84, 1989.
Resumo: Este artigo compara as abordagens de Newton e de Huygens sobre a gravidade. Newton aceitava, como uma generalização empírica, a existência da gravitação universal. Assim, de forma coerente, ele aplicou essa lei a sua conseqüências mais extremas. Huygens recusava-se a aceitar um fenômeno sem um modelo mecânico explicativo adequado e não foi capaz, por isso, de aceitar a gravitação universal. Em seu livro Discours de la cause de la pesanteur, Huygens tentou explicar a gravidade por meio dos vórtices cartesianos. Mostra-se que, naquela época, a oposição entre as duas abordagens era de caráter metodológico e não empírico. Também são discutidas as evidências relativas à influência da latitude no período dos pêndulos e ao achatamento da Terra, que posteriormente permitiram escolher entre as duas teorias.
Paper published in: Cadernos de História e Filosofia da Ciência [series 2] 1 (2): 151-84, 1989.
Abstract: This paper compares the approaches of Newton and Huygens to gravity. Newton accepted, as an empirical generalization, the existence of universal gravitatioon, and hence he coherently applied this law to its utmost consequences. Huygens refused to accept a phenomenon without a suitable mechanical explanatory model and could not accept universal gravitation. In his book Discours de la cause de la pesanteur, Huygens attempted to explain gravity by Cartesian vortices. It is shown that, at that time, the opposition between the two approaches was of a methodological and not empirical character. Evidence related to the influence of latitude upon pendulum periods and to the flatening of the Earth are also presented, that afterwards allowed to choose between the two theories.