Capítulo 11: A Criação da Matéria e o "Big Bang"

O  UNIVERSO

TEORIAS SOBRE SUA ORIGEM E EVOLUÇÃO

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        Na década de 1960, no entanto, surgiu um fato totalmente novo. Foi descoberta uma importante confirmação da teoria do “Big Bang”, um fato que é muito difícil ou impossível de explicar de acordo com a teoria do estado estacionário: a radiação de fundo.

        Como vimos, a temperatura do universo vai diminuindo e, após 700.000 anos do início da expansão, a radiação e a matéria se separam. Nesse instante, a temperatura do universo seria de 3.000 Kelvin. Depois disso, a matéria irá se aglomerar, para formar galáxias. A radiação, que nesse instante é uma luz avermelhada bastante brilhante, continua a preencher o universo que vai se expandindo. À medida que o universo se expande ainda mais, a temperatura vai diminuindo e essa luz que preenche o universo vai também mudando. Ela deve se transformar, depois de algum tempo, em radiação infravermelha – como aquela que podemos sentir colocando a mão ou o rosto próximo à superfície quente de um ferro de passar roupas. Depois, deve se enfraquecer cada vez mais, até não poder mais ser percebida pelos nossos sentidos. No entanto, ela não desaparece.

        De acordo com a teoria, o espaço todo ainda deve estar preenchido por essa radiação, mas ela agora deve estar muito enfraquecida. Sua temperatura deve ser de poucos graus de temperatura absoluta – cerca de 270 Celsius abaixo de zero.
 
        Dois pesquisadores, Ralph A. Alpher e Robert Herman, calcularam em 1956 que a temperatura atual dessa radiação corresponderia a aproximadamente 5 Kelvin. Embora essa radiação seja extremamente fraca, deveria ser possível medi-la com instrumentos muito sensíveis, capazes de captar microondas. Eles tentaram, mas não conseguiram observar essa radiação.

        Em 1965, sem saber que existia essa previsão teórica, dois engenheiros de telecomunicações, Arno A. Penzias e Robert W. Wilson, descobriram essa radiação. Estavam utilizando uma antena para recepção de sinais de satélites, e captaram sinais de uma radiação de microondas que parecia preencher todo o espaço, vindo de todas as direções igualmente. Medindo essa radiação, determinaram que ela correspondia a uma temperatura de aproximadamente 3 Kelvin – próximo à previsão teórica. Logo depois, Penzias e Wilson tomaram conhecimento dos trabalhos que previam a existência da radiação, e ela foi considerada, assim, como uma importante confirmação da teoria do “Big Bang”. Essa radiação, extremamente fria, é considerada como o que sobrou da radiação de 3.000 Kelvin, que existia quando a matéria e a luz se separaram.


Robert Wilson (à esquerda) e Arno Penzias (à direita) descobriram a existência de uma radiação de microondas que chega à Terra vinda de todas as direções. A grande antena de microondas utilizada na descoberta aparece ao fundo.

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