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1.3 O
MITO BABILÔNICO DA CRIAÇÃO
Em outras culturas, podem existir diversos deuses que participam da produção
do universo, e o início pode envolver lutas e violência. O
mais antigo mito conhecido sobre a origem de tudo é o Enuma elis,
um mito babilônico que parece ter sido elaborado cerca de 4.000 anos
atrás. Ele começa falando sobre uma unidade primitiva, uma
mistura de águas, anterior a todos os deuses:
Quando no alto o céu
[Anshar] ainda não tinha sido nomeado
e em baixo a terra [Kishar]
ainda não tinha nome,
nada existia senão uma
mistura das águas
de Apsu, o oceano primordial,
o gerador,
e da tumultuosa Mummu-Tiamat,
a água doce, a mãe de todos.
Então as trevas eram
profundas,
um tufão movia-se sem
repouso.
Então nenhum deus havia
sido criado.
Nenhum nome havia sido nomeado,
nenhum destino havia sido fixado.
Marduk, o Deus das águas doces
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Nesse mito babilônico, vão surgindo gradativamente diversos
deuses. Na verdade, há uma enorme variedade de deuses e de mitos,
na tradição babilônica, pois cada região e cidade
tinha seu próprio deus protetor e seus próprios mitos. O
mais importante, para o tema aqui discutido, é Marduk, filho de
Ea, o deus das águas doces (rios, lagos).
Marduk é associado às tempestades e aos raios, e suas armas
são o arco e a flecha. Ele é também descrito como
um grande mago, capaz de fazer com que as coisas apareçam e desapareçam.
Por isso, ele é escolhido pelos outros deuses como seu líder,
para livrá-los do poder de Tiamat. Marduk luta contra Tiamat, a
deusa das águas e das trevas, que é representada às
vezes por um dragão. Ele a mata e corta em dois pedaços.
O pedaço de cima se torna o céu, e o de baixo se torna a
terra. Anu se torna o deus celeste, e Enlil se torna a deusa da terra. |
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