Capítulo 6: Do Período das Grandes Descobertas ao Século XVIII

CONTÁGIO

HISTÓRIA DA PREVENÇÃO DAS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS

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Os europeus, ao invadir a América, trouxeram para o novo continente muitas doenças que mataram milhões de nativos (gravura asteca, século XVI)
         Em geral, no terceiro dia a febre cedia e os doentes pareciam bem, mas não conseguiam comer nem beber. Depois de mais um ou dois dias, morriam.

         O nome "febre amarela" foi dado à doença apenas no século XVIII, para descrever um de seus sintomas - a coloração amarela da pele dos doentes. Antes disso, ela recebeu vários outros nomes, como "golpe de barra", por causa das dores que se sentia no início e que eram semelhantes às produzidas por uma forte pancada.

         Da América Central, a febre amarela se espalhou pelo mundo, levada pelos navegantes. Atingiu a América do Norte, América do Sul, Espanha, França, Inglaterra e Itália.

    Cólera

         Outra enfermidade que se tornou conhecida na época das grandes navegações foi o cólera. Desde o início das expedições dos portugueses à Índia, eles tomaram conhecimento do cólera que parece sempre ter grassado na região do rio Ganges. Em 1543, por exemplo, houve uma epidemia tão forte, que o escritor Gaspar Correia conta que "todos o dia dobravam sinos, e enterravam mortos de doze a quinze cada dia; e em tanta maneira que mandou o Governador que não se tangessem sinos nas igrejas, para não fazer pasmo à gente".

         A doença era chamada de "moryxy" entre os indianos, "hacaiza" entre os árabes, e recebeu o nome de "cholerica passio" entre os médicos, pois se supunha que estava envolvido o humor colérico (bílis amarela). Os sintomas descritos pelo próprio Gaspar Correia e, na mesma época, pelo médico português Garcia de Orta, eram os seguintes: início repentino, fortes dores no abdomen, vômitos, diarréia, sede, câimbras, suor frio, pulso fraco, olhos afundados, coloração azulada sob as unhas das mãos e dos pés. Nada se fazia contra a doença, exceto vomitórios e clisteres. A morte era muito rápida: muitas vezes a pessoa morria poucas horas depois dos primeiros sintomas; outras vezes, durava dois ou três dias.

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