Capítulo 9: O Processo de Transmissão das Doenças

CONTÁGIO

HISTÓRIA DA PREVENÇÃO DAS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS

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         No fim do século XVIII, havia várias teorias sobre a causa da febre puerperal. Uma delas dizia que a causa era a supressão da hemorragia posterior ao parto (isso na verdade é um sintoma e não a causa). Outra teoria dizia que a causa era o acúmulo de leite dentro do corpo da mulher, após o parto, pois a autópsia dos cadáveres mostrava que muitos órgãos estavam cheios de um líquido branco (na verdade, não se tratava de leite e sim pus). Outros pensavam que a doença era um distúrbio dos humores - descrito como uma condição gástrico-biliosa. Também se atribuía a febre puerperal a fatores emocionais como medo, vergonha, etc.

         Desconfiava-se de fatores externos, atmosféricos - miasmas, influências cósmicas ou terrestres. Também parecia existir o contágio: logo que a enfermidade aparecia em uma pessoa, no hospital, ela outras pessoas também adoeciam. A febre parecia se espalhar através de uma emanação virulenta, pelo ar.

         Na Inglaterra, a teoria mais popular era a do contágio pelo ar. De acordo com nossos conhecimentos atuais, a explicação está errada, mas levou a medidas higiênicas que melhoraram muito as estatísticas.

         Charles White, em um livro em 1773, atribuiu a febre puerperal às más condições de realização dos partos na Inglaterra. Adotou medidas de limpeza, ar fresco e temperatura ambiente adequada, além de separar as doentes das sãs. Depois que uma doente morresse ou se recuperasse, devia-se limpar o quarto, lavar cortinas e roupas de cama, passar vinagre no chão e móveis, para purificá-lo.

         Alexander Gordon, em 1795, sugeriu que os médicos e enfermeiras transferiam a febre puerperal das doentes para as sãs:

Tenho prova inquestionável de que a causa da doença é uma infecção ou contágio específico. Essa enfermidade ataca apenas as mulheres que são visitadas ou acompanhadas no parto por um praticante ou enfermeira que antes atendeu a pacientes afetados pela doença. Toda pessoa que esteve com uma paciente de febre puerperal se torna carregada por uma atmosfera de infecção, que se comunica a toda mulher grávida que entre dentro de sua esfera.
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